Escolher um imóvel em Portugal — seja para alugar ou comprar — é uma decisão importante, e muitos brasileiros acabam cometendo erros por falta de informação ou planejamento. Se você acha que morar nos grandes centros é a única saída ou que os valores estão iguais ao que ouviu há alguns anos, é hora de repensar.
Portugal é um país incrível, com qualidade de vida, segurança e boas oportunidades, mas também tem seus desafios — principalmente quando o assunto é mercado imobiliário. Preços altos, oferta limitada e variações nos custos podem transformar um sonho em dor de cabeça se você não estiver preparado.
Por isso, neste guia, vou mostrar os erros mais comuns ao escolher um imóvel em Portugal e como você pode evitá-los.
1. Acreditar que Portugal é um “paraíso imobiliário”
Portugal realmente oferece uma qualidade de vida superior para muitas pessoas, mas é preciso ter os pés no chão. Os imóveis estão mais caros — principalmente nos grandes centros — e o mercado atual reflete uma realidade mundial.
Aqui vai um exemplo: nos últimos anos, o número de imóveis novos disponíveis para locação ou venda diminuiu drasticamente, enquanto a demanda cresceu. O resultado? Preços inflacionados e imóveis sendo alugados em questão de dias.
Além disso, com a alta da taxa de juros pós-pandemia, financiar um imóvel já não é tão barato como antes. Enquanto no Brasil as taxas ultrapassam os 10% ao ano, em Portugal, os juros atuais ficam entre 3% e 4%, o que ainda é bom — mas longe dos valores quase nulos de anos atrás.
Como evitar esse erro?
- Entenda a realidade atual do mercado: não baseie seu planejamento em informações antigas.
- Avalie diferentes regiões e tenha um orçamento flexível.
2. Focar Apenas nos Grandes Centros
Morar em cidades como Lisboa e Porto pode parecer a escolha óbvia, mas aqui está o problema: o custo é muito mais alto. Em regiões centrais, um imóvel que custava €600 há alguns anos pode facilmente ultrapassar os €1.000 hoje.
Por outro lado, o interior de Portugal oferece aluguéis mais acessíveis, mas com uma oferta menor de empregos. Isso acaba gerando um dilema: custo baixo e deslocamento maior ou custo alto e mais oportunidades?
Aqui vai um detalhe importante: Portugal é um país pequeno. Dependendo de onde você escolher morar, pode trabalhar em outra cidade ou até em outro país. Quer um exemplo? Se você morar em Braga, pode chegar ao Porto em menos de 40 minutos. Já em cidades próximas à fronteira, é possível morar em Portugal e trabalhar na Espanha.
Como evitar esse erro?
- Considere morar em regiões próximas aos grandes centros: Braga, Aveiro e Viseu são ótimas opções com custo mais baixo.
- Leve em conta o deslocamento. Em Portugal, uma viagem de 30 minutos é vista como algo comum e perfeitamente viável.
3. Ignorar os Custos Extras no Planejamento
Esse é um erro clássico. Muitos brasileiros chegam a Portugal com o orçamento apertado, sem considerar os custos extras que surgem no processo de alugar ou comprar um imóvel.
Aqui estão alguns exemplos:
- Taxas de financiamento: Se você pretende comprar um imóvel, lembre-se de que os bancos portugueses geralmente financiam até 70% do valor para estrangeiros. O restante precisará sair do seu bolso.
- Caução e garantias: Para alugar, é comum que os proprietários exijam 2 a 3 meses de caução antecipada.
- Custos de deslocamento: Morar em regiões mais baratas pode implicar gastos maiores com transporte.
Como evitar esse erro?
- Faça um orçamento detalhado, considerando caução, despesas extras e taxas de juros no caso de compra.
- Calcule um valor de pelo menos €2.200 mensais no orçamento para uma vida mais confortável.
4. Não Prestar Atenção ao Câmbio
Se a sua renda vem do Brasil, o câmbio é um dos principais fatores que podem bagunçar o seu planejamento. Atualmente, o euro está em torno de R$6,39, mas quem viveu a pandemia sabe que ele chegou a bater R$7,00.
Não calcular com folga pode trazer surpresas desagradáveis, especialmente no pagamento de aluguel ou em financiamentos.
Como evitar esse erro?
- Faça seus cálculos considerando o euro a R$6,50 ou mais. Trabalhar com uma margem de segurança é essencial para evitar apertos.
5. Tomar Decisões sem Visitar o Local
Por último, mas não menos importante: decidir onde morar sem conhecer a cidade ou o imóvel pessoalmente pode ser um grande erro. Fotos e vídeos nem sempre mostram a realidade, e fatores como infraestrutura, vizinhança e transporte só ficam claros quando você visita o local.
Como evitar esse erro?
- Antes de fechar negócio, visite a cidade e o imóvel. Se não puder ir pessoalmente, conte com profissionais locais de confiança para fazer essa avaliação por você.
Conclusão: Escolher um Imóvel Exige Planejamento
Mudar para Portugal é um projeto incrível, mas exige preparo e planejamento. O mercado imobiliário atual tem desafios, como alta de preços, oferta reduzida e variações de câmbio. Porém, com as informações certas e um orçamento realista, você consegue evitar os erros mais comuns e encontrar o imóvel ideal para sua nova vida.
Lembre-se:
- Avalie diferentes regiões, não apenas os grandes centros.
- Considere os custos extras e trabalhe com uma margem de segurança.
- Faça escolhas com base em informações atualizadas e realistas.
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